terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os principais produtos agrícolas do Brasil

  • Café
Quando o café chegou ao Brasil era considerado como uma planta ornamental.
Em 1860 o café tornou-se definitivamente importante na economia brasileira, ao chegar à região de Campinas, no Estado de São Paulo.
A partir deste fato, o café encontrou condições físicas favoráveis para o seu desenvolvimento, tais como: solo fértil, clima tropical de altitude, planalto ondulado.
Rapidamente, o café atingiu lotes a oeste do Estado, e posteriormente ocupou o Norte do PR, Sul de Minas e MS. O Brasil é considerado o maior produtor mundial de café.
 


  •  Cacau
O cacau é um produto que nasceu no Brasil, sendo cultivado primeiramente na Amazônia e atingindo o sul da Bahia, onde encontrou condições favoráveis para o seu desenvolviemento, como clima quente e superúmido, solo espesso e fértil.
Atualmente, a Bahia tem o cacau como o seu principal produto agrícola, sendo o maior Estado produtor de cacau do país.
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cacau, exportando principalmente para a Argentina, Estados Unidos, Europa e Japão.


  • Cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses. Inicialmente, este produto era cultivado principalmente na Zona da Mata Nordestina e no Recôncavo Baiano.
A cana-de-açúcar representa um importante produto na economia do Brasil.
Em 1930, o cultivo de cana-de-açúcar atingiu o Estado de São Paulo, que logo tornou-se o maior produtor brasileiro de cana.
O Brasil é considerado o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, exportando principalmente para os Estados Unidos, Europa e Rússia.
 
 
  • Soja 
A soja é um produto recente no Brasil, e nas últimas décadas tem se tornado importante na produção agrícola brasileira, e nas exportações.
No Brasil, as regiões Sul e Sudeste são as principais produtoras de soja, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, o primeiro é os Estados Unidos.


  • Milho
O milho é um produto que nasceu na América, e é muito conhecido no mundo todo. No Brasil, a sua cultura está presente em todos os Estados, sendo o Paraná o principal produtor de milho.
Mundialmente, os Estados Unidos é o maior produtor de milho, seguido da China e do Brasil.
 
 
  • Trigo
É o produto alimentício mais importado pelo Brasil. Em 1993 foram 5,0 milhões de toneladas de trigo importado para o Brasil, pois o consumo interno foi de 7,2 milhões de toneladas e a produção interna foi de 2,3 milhões de toneladas.
No Brasil, o maior produtor de trigo é o Estado do Paraná, seguido do Rio Grande do Sul.
 
 
  • Arroz
No Brasil encontramos a cultura de arroz em todos os estados, sendo o Rio Grande do Sul o maior produtor brasileiro, seguido de Minas Gerais e Goiás.
O Brasil é considerado um dos maiores produtores mundiais de arroz.
 
 
  • Algodão
No Brasil, o algodão começou a ser cultivado no período colonial.
O Brasil ocupa a 6ª colocação dos maiores produtores mundiais de algodão, sendo superado pela China, Rússia, EUA, Índia e Paquistão.


A agropecuária no Brasil

  A produção agropecuária é uma atividade desenvolvida no espaço rural, em áreas que se encontram ocupadas pelo setor primário da economia no qual se destacam a agricultura, a pecuária e as atividades extrativistas.Os tipos de produções citadas têm como finalidade principal atender o mercado de alimentos e de matéria-prima. O espaço rural é caracterizado pela tranquilidade, pela presença de cobertura vegetal original, de animais silvestres, entre outras.

Resumidamente, a produção no espaço rural é composta basicamente pela agropecuária, expressão usada para designar de forma agrupada a atividade pecuária e a agricultura.
  Há muito tempo a agropecuária desempenha um papel de grande importância no cenário da economia nacional, além disso, foi uma das primeiras atividades econômicas a serem desenvolvidas no país.

Outro ponto a ser destacado acerca da relevância que a agropecuária possui no Brasil é quanto à ocupação do território que teve início com a produção de cana-de-açúcar, posteriormente do café e, por fim, a pecuária, que conduziu o povoamento do interior do país.

A atividade agropecuária no Brasil representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e gera emprego para pelo menos 10% da população economicamente ativa do país.

A produção agropecuária tem como objetivo destinar seus produtos, tais como grãos, frutas, verduras e também carne, leite, ovos dentre outros, para abastecer o mercado interno e especialmente o mercado externo. Sem contar as matérias-primas.



São vários os fatores que favoreceram o acelerado crescimento desse tipo de produção no Brasil, dentre os principais estão:

- Grande população com perspectivas de mercado interno, generosa oferta de áreas propícias ao desenvolvimento de tais atividades e o processo de modernização e mecanização da produção rural.

- Irregularidades da superfície favoráveis à ocupação rural e a boa fertilidade em grande parte do território.

- A configuração climática foi determinante para a consolidação de culturas tropicais e criação de animais, uma vez que as temperaturas são altas durante todo o ano em grande parte do território.

O Brasil, como produtor rural, ocupa o primeiro lugar no mundo em produção de café, cana-de-açúcar, laranja e bovinos, além de segundo e terceiro respectivamente na produção de soja (2º), milho (3º), suínos (3º) e equinos (3º).

As raízes da concentração fundiária do Brasil

  Historicamente, a estrutura fundiária no Brasil, desde o principio da colonização foi desigual. Primeiro foram as capitanias hereditárias e seus donatários; depois foram as sesmarias. As sesmarias estão na origem da grande maioria dos latifúndios do pais, fruto da herança colonial, eram grandes extensões de terras doadas aos colonos pelos donatários das capitanias e pelos governos gerais do Brasil-Colonia. Esse sistema, extinto em julho de 1822 deu origem à grande propriedade rural, beneficiando apenas uma minoria dos habitantes da colônia.

No inicio da colonização do Brasil, o governo português passava por uma crise econômica. Como não tinha dinheiro suficiente para colonizar o Brasil, o rei Dom João III dividiu as terras em capitanias hereditáias: grandes extensões de terras doadas à exploração hereditária com a perspectiva de defender o território e desenvolve-lo a custo e despesas por conta do donatários.
Quinze capitanias foram doadas a membros da corte, comerciantes ricos e outros.

A história econômica mostra que a organização do espaço brasileiro se fez, desde o inicio, pela apropriação privada da terra. No período colonial, ser proprietário de terras dependia de relações mantidas com a corte portuguesa. O Brasil Colônia foi construído pela conquista das terras indígenas e pelo investimento em engenhos e escravos.

Com a independência, e com o fim da escravidão os governantes do país abriram a possibilidade de legalizar, pela ?posse?, grandes extensões de terras. Em 1850, a Lei de Terras transformou a terra em mercadorias só obtida pela compra e pela venda.

Monopolizar um pedaço de terra dá ao proprietário uma série de direitos, como vender, alugar, plantar com o seu trabalho ou de terceiros, ou ainda deixar a terra improdutiva, esperando que o numero de pretendentes cresça e então possa cobrar.

A concentração fundiária e os conflitos no campo



A organização do espaço rural brasileiro se caracteriza pela diversidade social e econômica presente em vários aspectos, como a grande propriedade monocultora, a mecanização e a mão de obra disponível, além da concentração de terras e os conflitos dela decorrentes.
A estrutura fundiária de um país refere-se a forma como os estabelecimentos rurais estão organizados em relação ao número e tamanho das propriedades, sua função social e sua distribuição.
A concentração de terras no Brasil, que teve origem desde a formação das capitanias hereditárias, é um dos aspectos da herança colonial do país. A partir da década de 1950, os camponeses começaram a se organizar em movimentos de luta pelo acesso à terra. Com o agravamento dos problemas sociais no campo, tais movimentos tornara-se mais fortes e mais bem estruturados. Na década de 1980, os movimentos sociais no campo ganharam nova força com a criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Por outro lado, os grandes proprietários (latifundiários) criaram a União Democrática Ruralista (UDR), entidade que liderou a luta contra a reforma agrária no país.
Reforma agrária consiste em um conjunto de medidas e ações governamentais que tem como objetivo promover a redistribuição das propriedades rurais e criação mecanismos (como financiamentos e apoio técnico) que possibilitem que a terra cumpra com sua função social, ou seja, a geração de fonte de produção de alimentos, trabalho e renda, proporcionando ao trabalhador rural uma vida digna, integrando-os assim ao processo produtivo nacional. As terras destinadas á reforma agrária são aquelas que não cumprem com sua função social, ou seja, que pouco ou nada produzem, ficando ociosas à espera de valorização.
A reforma agrária é um processo conflituoso e que, no Brasil, está longe de ser concluído, ainda gerando frequentes enfrentamentos, cada vez mais intensos, entre os latifundiários e os movimentos sociais que lutam pelo acesso a terra. De um lado, como forma de pressão para o governo implantar a reforma agrária, o MST e outras organizações ligadas à questão agrária utilizam como estratégia a invasão e ocupação de latifúndios. Do outro lado, os latifundiários utilizam-se da violência como forma de repressão aos movimentos sociais no campo, além da apropriação de maneira ilegal de terras, através da falsificação de títulos de propriedade (grilagem). A luta pela reforma agrária no Brasil já causou e continua causando muitas mortes no campo. Para muitos especialistas, a reforma agrária, acompanhada de ajuda técnica e financiamentos seria fundamental para fixar o trabalhador no campo e aumentar a produção de alimentos para o abastecimento do mercado interno, além de resgatar a dignidade de milhões de trabalhadores que buscam melhores condições de vida.