Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil,
observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço,
de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a
longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário
distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita
isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz
uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos.
Este nome, morfoclimático, é devido às características morfológicas e
climáticas encontradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao
todo e mais as faixas de transição. Em cada um desses sistemas, são
encontrados aspectos, histórias, culturas e economias divergentes,
desenvolvendo singulares condições, como de conservação do ambiente
natural e processos erosivos provocados pela ação antrópica. Nesse
sentido, este texto vem explicar e exemplificar cada domínio
morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento,
condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região
morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² –
equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados:
Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e
Mato Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus,
Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém.Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a
maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa
por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos
rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o
processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O
transporte existente também é influenciado pela enorme rede
hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Assim, o
transporte fluvial e o aéreo são muito utilizados devido às facilidades
encontradas neste domínio. Como se trata de uma floresta equatorial
considerada um bioma riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la
para não desestruturar seu frágil equilíbrio. Devido à existência de
inúmeros rios, a região sofre muita sedimentação por parte fluvial, já
que a precipitação é abundante (2.500 mm/ano), transformando a região
numa grande “esponja” que detém altas taxas de umidade no solo. Este
mesmo solo é formado basicamente por latossolos, podzólicos e
plintossolos, mas o mesmo não detém características de ser rico à
vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é o que
torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não
o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto.
Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de
iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas
ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As
espécies de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará,
seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os
animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a
vitória régia e as diversas orquídeas.Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa
ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da
capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser
confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da
vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as
fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de
potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de
grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo natural
para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com
um clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano,
a região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou
cheias dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os
rios transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos
mesmos. Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do
escoamento fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras
baixas, decapitando as formações existentes no seu substrato rochosos.
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