quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Amazônico
Dentre os diversos tipos de clima e relevo existente no Brasil,
observamos que os mesmos mantêm grandes relações, sejam elas de espaço,
de vegetação, de solo entre outros. Caracterizando vários ambientes a
longo de todo território nacional. Para entende-los, é necessário
distinguir um dos outros. Pois a sua compreensão deve ser feita
isoladamente. Nesse sentido, o geógrafo brasileiro Aziz Ab’Saber, faz
uma classificação desses ambientes chamados de Domínios Morfoclimáticos.
Este nome, morfoclimático, é devido às características morfológicas e
climáticas encontradas nos diferentes domínios, que são 6 (seis) ao
todo e mais as faixas de transição. Em cada um desses sistemas, são
encontrados aspectos, histórias, culturas e economias divergentes,
desenvolvendo singulares condições, como de conservação do ambiente
natural e processos erosivos provocados pela ação antrópica. Nesse
sentido, este texto vem explicar e exemplificar cada domínio
morfoclimático, demonstrando sua localização, área, povoamento,
condições bio-hidro-climáticas, preservação ambiental e economia local.Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a maior região
morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² –
equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados:
Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e
Mato Grosso. Encontram-se como principais cidades desta região: Manaus,
Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém.Este domínio sofre grande influência fluvial, já que aí se encontra a
maior bacia hidrográfica do mundo – a bacia amazônica. A região passa
por dois tipos de estações flúvio-climáticas, a estação das cheias dos
rios e a estação da seca, porém esta última estação não interrompe o
processo pluviométrico diário, só que em índices diferentes. O
transporte existente também é influenciado pela enorme rede
hidrográfica, enquanto que o rodoviário é quase inexistente. Assim, o
transporte fluvial e o aéreo são muito utilizados devido às facilidades
encontradas neste domínio. Como se trata de uma floresta equatorial
considerada um bioma riquíssimo, é de fundamental importância entendê-la
para não desestruturar seu frágil equilíbrio. Devido à existência de
inúmeros rios, a região sofre muita sedimentação por parte fluvial, já
que a precipitação é abundante (2.500 mm/ano), transformando a região
numa grande “esponja” que detém altas taxas de umidade no solo. Este
mesmo solo é formado basicamente por latossolos, podzólicos e
plintossolos, mas o mesmo não detém características de ser rico à
vegetação existente, na verdade, o processo de precipitação é o que
torna este domínio morfoclimático riquíssimo em floresta hidrófita e não
o solo, como muitas pessoas pensam que é o responsável por tudo isto.
Valendo destacar os tipos de matas encontradas na Amazônia, como: de
iaipó – de regiões inundadas; de várzea – de regiões inundadas
ciclicamente e de terras altas – que dificilmente são inundadas. As
espécies de árvores encontradas nesta região são: castanaha-do-pará,
seringueira, carnaúba, mogno, etc. (essas duas últimas em extinção); os
animais: peixe-boi, boto-cor-de-rosa, onça-pintada; e a flora com a
vitória régia e as diversas orquídeas.Com um grande processo de lixiviação encontrado na Amazônia, essa
ação torna o solo pobre levando todos os seus nutrientes pela força da
capacidade do rio (correnteza). Mas esta riqueza diversa não deve ser
confundida como grande potencialidade agrícola, pois com a retirada da
vegetação nativa, transforma o solo num grande alvo da erosão, devido as
fortes chuvas ocorridas na região. A rede hidrográfica é outra fonte de
potencialidade econômica da Amazônia, pois seus leitos fluviais são de
grande piscosidade, o que torna a área num importante atrativo natural
para o turismo, às indústrias pesqueiras e a população ribeirinha. Com
um clima equatorial, sem muitas mudanças de temperatura ao longo do ano,
a região amazônica diferencia-se apenas nas épocas das chuvas (ou
cheias dos rios) e das secas. Assim esta primeira época faz com que os
rios transbordem e nutram as áreas de terras marginais ao leito dos
mesmos. Com um solo essencialmente argiloso e a forte influência do
escoamento fluvial, faz com que a Amazônia torna-se uma área de terras
baixas, decapitando as formações existentes no seu substrato rochosos.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Pradarias
Uma pradaria ou relvado é uma planície vasta e aberta onde não há sinal de árvores nem arbustros, com capim baixo em abundância. Estão localizadas em praticamente todos os continentes , com maior ocorrência na América do Norte. A pradaria brasileira é o pampa gaúcho.São regiões muito amplas e oferecem pastagens naturais para animais
de pastoreio e as principais espécies agrícolas alimentares foram
obtidas das gramíneas naturais através de seleção artificial. Ocorre em
regiões onde a queda pluviométrica é muito baixa para suportar a forma
de vida da floresta ou em regiões de floresta onde as questões edaficas favoreçam o desenvolvimento de gramíneas e desfavoreça o de plantas
lenhosas. O solo geralmente é cheio de túneis e tocas de animais. As pradarias são também encontradas ao lado de desertos. O clima varia bastante: as pradarias tropicais são quentes durante o ano, mas as pradarias temperadas têm estações quentes e frias.Formam extensas áreas de paisagens naturais, muito utilizadas por muitos países para o desenvolvimento da atividade pecuária.Na América do Sul , as pradarias, localizadas na Argentina, Uruguai e no estado do Rio Grande do Norte (no Brasil), também são chamadas de pampas.Predominam gramíneas; alguns arbustos e flores mas quase nenhuma árvore.Um exemplo típico de pradaria encontra-se no estado do Dakota do Sul, nos Estados Unidos da América. Esta área é protegida, e está englobada no Parque Nacional Bandlands. Não existe muito mais vegetação porque esta pradaria fica nas encostas rochosas. Alguns dos animais mais conhecidos que habitam as pradarias são os cães-da-pradaria, tigres, leões, jaguares, elefantes, crocodilos ,rinoceronte , pica paus, perdizes, pombos, veados-mula, antilocapras, avestruzes e cavalos.
Os cães–da–pradaria estão geralmente protegidos nos parques em que
habitam, mas há relatos de que os rancheiros os matam porque estes
escavam buracos nos pastos.
Araucárias
A araucária [Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 1898] é a espécie arbórea dominante da floresta ombrófila mista , ocorrendo majoritariamente na região sul do Brasil , bem como no leste e sul do estado de São Paulo, extremo sul do estado de Minas Gerais, e em pequenos trechos da Argentina e Paraguai, sendo conhecida por muitos nomes populares, entre eles pinheiro-brasileiro e pinheiro-do-paraná; é também chamada pelo nome de origem indígena, curi. A espécie foi inicialmente descrita como Columbea angustifolia Bertol. 1819.Sua origem remonta a mais de 200 milhões de anos atrás, quando sua população se disseminava pelo Nordeste brasileiro Conífera Dióica, Perenifólia, Heliófita,
pode atingir alturas de 50m, com um diâmetro de tronco à altura do
peito de 2,5 m. Sua forma é única na paisagem brasileira, parecendo uma
taça ou umbela. Ocupando uma área original de 200 mil km², a partir do
século XIX foi intensamente explorada por seu alto valor econômico,
dando madeira utilíssima e sementes nutritivas, e hoje seu território
está reduzido a uma fração mínima, o que segundo a União Internacional para a concervação da Natureza e dosw Recursos Naturais (IUCN) coloca a araucária em Perigo Crítico de Extinção.A araucária, apesar de popular, não é conhecida completamente pela
ciência. Diversos estudos vêm sendo feitos recentemente para entendermos
melhor a ecologia e biologia
desta árvore; também são necessários para orientar as urgentes medidas
de proteção que ainda precisam ser tomadas para assegurar a
sobrevivência desta espécie sensível e altamente especializada em um
ambiente que rapidamente vai sendo invadido e destruído pelo homem, mas
ainda persistem muitas incertezas e contradições em vários aspectos.
Esse conhecimento imperfeito da matéria, que confunde até a conceituação
e aplicação das leis ambientais que deviam protegê-la e ainda não
conseguem fazê-lo - veja-se o recuo continuado das áreas onde sobrevive -
mais as variadas exigências que a planta impõe no cultivo planejado
para que possa render bem, desanimam muitos reflorestamento,
que preferem espécies mais bem conhecidas, de crescimento mais rápido e
que não demandem tantos cuidados. Entretanto, os estudiosos são
unânimes em declarar a necessidade de sua salvação, tanto por sua
importância econômica e ecológica como paisagística e cultural.
Tornou-se, não por acaso, símbolo do estado do Paraná, deu o nome a Curitiba, e aparece nos brasões das cidades de Araucária, Ponta Grossa, Caçador, Campos do Jordão ,São Carlos, Apiaí, Taboão da Serra e Itapecerica da Serra.
Mares de Morros
Mar de morros é uma denominação criada pelo geográfico francês Pierre Deffontaines e consagrada pelo geógrafo brasileiro Aziz Ab'Saber, que se utilizou dessa expressão para designar o relevo das colinas dissecadas do Planalto Atlântico (Serra Geral).Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil desde oNordeste até o
Sul do País. Caracteriza-se pelo relevo com topografiaem
"meia-laranja", mamelonares ou mares de morros,formados pela intensa
ação erosiva na estrutura cristalina das Serrasdo Mar, da Mantiqueira e
do Espinhaço.Apresenta predominantemente clima tropical quente e
úmido,caracterizado pela floresta latifoliada tropical, que, na encosta
daSerra do Mar, é conhecida como Mata Atlântica.Essa paisagem sofreu
grande degradação em conseqüência daforte ocupação humana.Além do
desmatamento, esse domínio sofre intenso processoerosivo (relevo
acidentado e clima úmido), com deslizamentos freqüentes eformação de
voçorocas.Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no
nordeste), obtendo uma área total de aproximadamente 1.000.000 km².
Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da
Bahia, Sergipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior
dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito
Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como:
São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Recife, Porto Alegre e
Florianópolis.Vegetação: originariamente recoberto pela floresta latifoliada tropical
(Mata Atlântica), hoje quase extinta. Espécies: pau-brasil, pau-rosa,
cedro, peroba, ipê, jacarandá.Clima: corresponde às areas de clima tropical mais úmido, devido à
proximidade com o litoral. O clima quente e úmido, que os mares de
morros possui faz com que esse domínio seja o mais problemático para as
construções humanas, com chuvas abundantes, e relevo acidentado do tipo
“meias laranjas’ ou “mares de morros”, a conjugação desses dois fatos
faz com que haja grande ocorrência de erosão nas áreas desmatadas
próximas as encostas, o que origina deslizamento ou desmoronamento em
rodovias habitações, habitações construidas em áreas de risco.
Caatinga
Caatinga (do tupi: caa (mata) + tinga (branca) = mata branca) é o único bioma exclusivamente brasileiro,
o que significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode
ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Este nome decorre da paisagem esbranquiçada apresentada pela vegetação
durante o período seco: a maioria das plantas perde as folhas e os
troncos tornam-se esbranquiçados e secos. A caatinga ocupa uma área de
cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de
forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nodeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais ( região Sudeste do Brasil).Ocupando cerca de 850 mil km² (aproximadamente 10% do território
nacional), é o mais fragilizado dos biomas brasileiros. O uso
insustentável de seus solos e recursos naturais ao longo de centenas de
anos de ocupação, associado à imagem de local pobre e seco, fazem com
que a caatinga esteja bastante degradada. Entretanto, pesquisas recentes
vem revelando a riqueza particular do bioma em termos de biodiversidade e fenômenos característicos. A vegetação da caatinga é adaptada às condições de aridez (xerófila).
Foram registradas até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que
haja um total de 2000 a 3000 plantas.O Seminário de Planejamento Ecorregional da Caatinga, realizado pela The
Nature Conservancy do Brasil em parceria com a Associação Plantas do
Nordeste em 2000 propõe oito ecorregiões no bioma Caatinga.
- Complexo do Campo Maior: localizado quase integralmente no Piauí e sudoeste do Maranhão. Consiste nas regiões que sofrem inundações periódicas nas planícies sedimentares.
- Complexo do Ibiapaba-Araripe, composto pelas Chapadas da Ibiapaba e do Araripe.
- Depressão Sertaneja Setentrional, desde a fronteira norte de Pernambuco, estende-se pela maior parte dos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará e prolonga-se até uma pequena faixa ao norte do Piauí. A principal característica desta ecorregião são as chuvas irregulares ao longo do ano. É a área mais seca da caatinga.
- Planalto de Borborema: abrange partes do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. O relevo movimentado e altitudes superiores delimitam a região.
- Depressão Sertaneja Meridional: corresponde à maior parte do bioma. Representa a paisagem típica do sertão nordestino. Distingue-se da Depressão Sertaneja Setentrional por apresentar maior regularidade de chuvas e maior ocorrência de corpos de água temporários.
- Dunas do São Francisco: localiza-se no centro-oeste do bioma. É caracterizado pelas dunas de areias quartzosas.
- Complexo da Chapada Diamantina: localiza-se no centro-sul do bioma e corresponde à parte mais alta da caatinga. É a região de menor temperatura. Apresenta ilhas de campos rupestres nas partes mais altas, cercadas de caatinga nas regiões mais baixas.
- Raso da Catarina: localiza-se no centro-leste do bioma. Caracteriza-se pela caatinga arbustiva de areia muito densa.
Cerrado
As "savanas brasileiras", o Cerrado e a Caatinga — são uma forma de vegetação que tem diversas variações fisionômicas ao
longo das grandes áreas que ocupam do território do país. É uma área
zonal, como as savanas da África, e corresponde grosso modo ao Planalto Central.O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de 2.045.064 km² , abrangendo oito estados do Brasil Central: Minas Gerais, Goiáis, Tocantins, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e o Distrito Federal. O clima
predominante no Cerrado é o Tropical Sazonal, de inverno seco. A
temperatura média anual é de 25°C, podendo chegar a marcações de até
40°C na primavera. As mínimas registradas podem chegar a valores
próximos de 10°C ou até menos, nos meses de maio, junho e julho.A precipitação média anual fica entre 1 200 e 1 800 mm, sendo os meses de março e outubro os mais chuvosos. Curtos períodos de seca,
chamados de veranicos, podem ocorrer no meio da primavera e do verão.
No período de maio a setembro os índices pluviométricos mensais
reduzem-se bastante, podendo chegar a zero.
Outros ecossistemas: Campo Sujo, Campo Cerrado, Campo Rupestre, Mata Seca ou Mata Mesofítica e Parque Cerrado.
Outra formação é constituída por aflorações e rochas calcárias, com fendas, grutas e cavernas
em diferentes tamanhos. Por cima das rochas há uma vegetação silvestre.
Possui campos e vales com vegetação bem característica e há ainda uma floresta-galeria rodeando riachos e lagoas.
Os solos apresentam-se intemperizados, devido à alta lixiviação e possuem baixa fertilidade natural. Apresenta pH ácido, variando de 4,3 a 6,2. Possui elevado conteúdo de alumínio, baixa disponibilidade de nutrientes, como fósforo, cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica, zinco, argila, compondo-se de caulinita, goethita e gibbisita. O solo é bem drenado, profundo e com camadas de húmus
Há estruturas do solo bem degradadas, devido às atividades agrícolas e pastagens, inclusive o chamado reflorestamento com Eucalyptus
na década de 1960. A recuperação é muito difícil, principalmente nos
cerradões, devido às características do solo e ao regime de chuvas. Pode
ser tentada a revegetação associado com plantio de milho, feijãp, café, freijó, maniçoba, buritiou dendê, no sistema de agrofloresta.
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